DOCE LEMBRANÇA
DOCE LEMBRANÇA
Formando uma pequena ilha
Com águas, puras cristalinas
Dois regatos se encantando
Entre eles uma colina
Em seu cume uma casinha
Amarrada de cipó
Muito humilde simplesinha
Com madeiras tortuosas
Sem cascarem cheias de nó
Ali eu nasci...
Dei meus primeiros passos
Bebi água dos regatos
Andei por suas trilhas
Corri pelo seu mato
Ouvi ranger, as galhadas.
Ao som da brisa a soprar
Aspirei o perfume do campo
Vi o sereno mansinho
Na face da terra espalhar
Subindo para o infinito
A banca fumaça em riste
Cobrindo o rosto da lua
Tentando deixá-la triste
Nas noites sem luar
Pude ver milhões de estrelas
Bordando o azul do céu
Brincando... Com as nuvens brancas
A vagar sem rumo ao léu
Vi em sua mata ciliar
Ao meio dia com sol a pino
Nas latadas de cipó
O sabiá regendo a orquestra
Os passarinhos o aplaudindo
Pássaro preto, bem-te-vi e curió.
A natureza toda em festa
Magia no ar se espalhando
Os cristais da chuva caindo
O perfume das flores se exalando
E a terra... De verde cobrindo!