MANHÃ DE OUTONO
DOCE LEMBRANÇA!
NESTE MOMENTO
CHOVE LÁ FORA, NÃO SOU MAIS CRIANÇA
MEU OLHAR DESCANSA
TENTO AFOGAR MEU LAMENTO.
VIDRAÇA RESPINGADA, SOLUÇA
AO TOQUE DO VENTO,
A MONOTONIA DA TARDE, SINTO- ME CRIANÇA
ENTERNECE MEU CORAÇÃO: UM ALENTO
CESSO EM DEVANEIO
O TURBILHÃO QUE DESSE TEMPO!!
A IMAGEM ME RESPLANDECIA COM CALMA
BRINCAVA DE MORAR DENTRO DA TELA
NAS OBRAS DE ARTE DA ANTIGA CASA DE MINHA INFÂNCIA
SEMPRE QUE ME DEPARO COM UM QUADRO
SOU FISGADA PELA LEMBRANÇA
ESSA FORÇA ESTRANHA
TRANSPORTA-ME PARA DENTRO DA ARTE
A TELA PERPETUA E SE TORNA UM REAL IMAGINÁRIO.
ONDE POSSO SER E TER O QUE BEM QUERO.
NUM INSTANTE MÁGICO
CAMINHO NA AREIA MORNA NO FINAL DATARDE
OUÇO O BARULHO DA ÁGUA QUE SEGUE NO RIACHO
A FUMAÇA QUE SAI DE UMA CHAMINÉ
DENUNCIANDO SABOROSO AROMA DA COMIDA.
O FARFALHAR DO ARVOREDO ATRÁS DA CASA
PROMETE UMA NOITE TRANQUILA
ESSE É O MEU CANTO
OBSERVO O PASSEIO DAS BORBOLETAS
CONFUNDINDO COM AS FLORES AMARELAS.
ONDE OUÇO O PASSAREDO FAZENDO FESTA
LOGO MAIS A SINFONIA DE SAPOS COM GRILOS
DAR LUGAR A MELODIA DA COTOVIA.
O BRILHO DO LUAR DESPEDE DO CREPUSCULO
EU VOLTO O MEU OLHAR ALÉM DA JANELA
JÁ NÃO CHOVE MAIS.
O SOL ME SORRI LÁ DE FORA
PELO FIM DA TARDE
VOU CAMINHAR PELA LAGOA....