Sobrado
O sobrado
Nada mudou
Os muros desfolhados
Pintura desbotada
E o rrastro de silêncio pelas pedras desencontradas
Não esqueço os bolinhos de chuva
No sobrado festeiro
Eram doces secretos e gostosos
Pé de moleque,doce de leite e brigadeiro
Ficou o perfume
De mofadas esperanças
As carroças a velha escola
A risada das crianças
Nada mudou
Apenas o colorido das janelas e portais
O telhado infindável
Escada de madeira corroída
E grandes quintais
O horizonte da saudade já não tinha direção
Meus primos e amigos ficaram noturnos
Por dentro daquela roupa nova
Tinha tamanha melancolia no coração
Bem sei que tudo ou nada mudou
Mas tudo que eu gostava está acabado
Mas a vida mudou
E já não posso voltar ao sobrado
Texto de José Kleber adaptado por mim Luzdemel