Sobrado

O sobrado

Nada mudou

Os muros desfolhados

Pintura desbotada

E o rrastro de silêncio pelas pedras desencontradas

Não esqueço os bolinhos de chuva

No sobrado festeiro

Eram doces secretos e gostosos

Pé de moleque,doce de leite e brigadeiro

Ficou o perfume

De mofadas esperanças

As carroças a velha escola

A risada das crianças

Nada mudou

Apenas o colorido das janelas e portais

O telhado infindável

Escada de madeira corroída

E grandes quintais

O horizonte da saudade já não tinha direção

Meus primos e amigos ficaram noturnos

Por dentro daquela roupa nova

Tinha tamanha melancolia no coração

Bem sei que tudo ou nada mudou

Mas tudo que eu gostava está acabado

Mas a vida mudou

E já não posso voltar ao sobrado

Texto de José Kleber adaptado por mim Luzdemel

Monica da Costa
Enviado por Monica da Costa em 21/10/2009
Código do texto: T1879229