Saudade (em bolero e poesia)
Saudade (em bolero e poesia)
Sofregamente assentou
Naufragada nas lembranças
Nas lágrimas debulhou
Submersa na saudade...
Amou,
E pelo amor se abandonou,
Colheu flores no caminho,
Entre risos se espalhou
Agora se corta em espinhos...
Agora sangra,
Sangra e a alma é vazia
Sofre a cama arrumada
Em prantos se esvaía.
Do mundo, não quer mais nada...
Na escuridão se trancafia
Nada vai lhe aclarar
Sente-se fraca, definha.
Ao fim pretende chegar...
Ah essa dor da saudade.
Essa vontade, esse nó.
Ah, esse peito sofrido,
Essa vida assim tão só...
O amor,
Ah, desse amor uma falta,
Do corpo a febre que vem
Desejo ardente que mata
De boca, de amar, querer bem...
Ah, esse amor de bolero.
Que dramatiza e faz sonhar
Ah, saudade de quem venero.
Saudade infinda a lancinar...
Vazio...
Silêncio a porta se fecha
O mundo é pranto imenso
Na cama vazia uma flecha
No peito certeiro lamento.