TELEFONE MUDO

TELEFONE MUDO

Não, não estou surdo, tu não mais tocastes, te negas a me chamar

Fico à espera que me chames, todos os dias, mas continuas mudo

Pela manhã continuas no mesmo estado da noite anterior, inerte

Não és mais presente e agora, mais do que nunca, tendes a ficar

Continuarás sim, eu sei, com esta mordaça imposta, talvez pelo susto

Você,tanto quanto eu, mormente o hábito adotado, sucumbe e imerge

Acabou-se, ficou apenas a lembrança da voz que transmitias a mim

Nunca pensei e também não poderias pensar,chegassemos a triste fim

Mas, como tudo tem um começo, um meio e fim, com certeza, haverá

Existirá também, sem dúvidas, um recomeço aqui e em outro lugar

Lugar este que, não sendo entre nós aqui, existe aonde iremos um dia

Ninguém conseguiria determinar quando a dona daquela voz partiria

Tu principalmente, que muitas vezes fostes acusado de não querer ligar

De não querer falar, apesar da tua relutância, estás a descansar

Descanso este que nunca quisemos pelo simples fato da esperança

Você ter de quem transmitir a voz e eu a de ouvi-la com segurança

Acabou, chegou o fim, ficando a lembrança, a esperança e a sensação

Sensação de vazio, um espaço enorme em meu coração

BCFerr

BCFerr
Enviado por BCFerr em 19/10/2009
Código do texto: T1874787
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