Mercedes Sosa
O papel em branco na tela
regurgita na mão; imóvel
do poeta, as vozes mortas
caladas no sangue, pregam.
A morte; escarra palavras
obscenas, o estomago ronca
esvai a sonoridade; rompe
os versos, mata o monstro.
O tumor negro invade matérias
obscenas, o estomago ronca
a fome, cala a poesia, suga
consome o ar do pulmão.
O poeta delira sobre o teclado
contudo, o coração reclama
e a poesia derrama em dor
a voz retrai, morre “La Negra”.