Frenética Saudade
Clamei por ti na solidão da noite
E pude perceber o sopro de tua voz distante;
Mergulhei nos abismos escuros da inconsciência
E pude retratar o frenesi de tua alma inconstante.
Senti os calafrios que dominavam teu espírito
E trouxe de ti a fobia de estar só;
Contemplei irremediavelmente meu destino
E a fantasmagórica imagem de me tornar pó.
No transcurso da viagem tentei divisar teu rosto
E vislumbrei tua face inundada por lágrimas de dor;
Instintivamente meus olhos umedeceram
Em sontonia profunda com sintomas de amor.
Uma saudade recôndita invadiu-me o peito,
Trespassou as fronteiras do infinito ausente;
Minhas mãos simularam prender teu corpo
E senti os eflúvios que pululavam em tua mente.
No apageu do êxtase premeditado,
Desvendei as associações das imagens distorcidas;
Compreendi que era um frenético transe,
Corrompida criação pela saudade de uma pessoa querida!