Saudade de Primavera
Saudade de Primavera
As portas se fecharam
À entrada do Jardim do Éden.
Que me importa aquele que o habita?
Basta-me saber que ele existe.
Uivo como um cão a avistar seu dono
Ao entrevistar meu coração.
Pois não se esquece facilmente o seu afago
Nem tampouco o afeto recebido.
O virar lento da estação
Tem ares de renascimento.
A morte, vista do passado,
Enche de vida este momento.
A brisa fria da saudade
Traz de volta o seu encantamento
Dissipando a dor que trouxe o fim
Com o ardor de um recomeço.
No lugar da apressada lápide,
Hoje há uma fonte e um jardim.
Um altar inviolável dedicado a ela,
A seu imerecido amor por mim.
(Djalma Silveira)