SAUDADE DO MEU B
(Sócrates Di Lima)
Ontem, tinha saudade de uma coisa qualquer,
Até da ponte que partiu.,
Não vi a saudade nos olhos da minha mulher,
Se eu não vi, ninguém mais viu.
Tem dias que a gente acorda de sobreaviso,
E a tudo discorda.,
Irrita-se com tudo, até do improviso,
Vê-se pendurado numa fina corda.
Às vezes a pressão é tanta,
Que um dos neurônios pode se atrapalhar.,
Não é nada que se espanta,
Ter saudade de trabalhar.
Quem tem saudade, tem sorte,
Eis que sentir saudade é bom também,
Só não pode fazer da saudade um esporte,
Nem chorar de saudade de alguém.
Hoje eu tenho a minha saudade,
E já não é de coisa qualquer,
Eu quero é ter a liberdade,
De sentir saudade, da minha mulher.
Minha mulher não é uma lua,
Nem tão pouco estrelas.,
Mas é tão linda quanto insinua,
A beleza que ambas possam tê-las.
Sempre sinto saudade real,
Até de briga corriqueira.,
Porque depois, era fatal.,
A reconciliação á nossa maneira.
Ah! Que saudade do meu B, que agora eu sinto,
Deste amor que minha alma tem.,
Com alegria, gosto dela, não minto,
E ela gosta de mim também.
Minha musa é meu encanto,
Ela se encanta por mim também.,
E a saudade que sentimos é um manto,
Que cobre nossos corpos, amém.