reminiscências

Às vezes tenho certeza

Quase absolutamente,

De que sou meio louca,

Verdadeiramente.

Pois não tenho necessidade

De ácido licérgico

E nem de lítio.

Mas quando vêm reminiscências

De determinados fatos

Há muito ocorridos,

Me vem uma vontade insana

De ausência.

Ausência de pensamentos,

Mas não de sentimentos.

Há uma necessidade

De estar só.

Inclusive a minha própria presença

Me incomoda,

Quando essas reminiscências

Me recordam que

I miss the comfort in being sad.

Acho que relembrar

As mazelas do ontem

É como folhear

Um álbum de fotos onde

A trilha sonora escolhida

É a responsável por virar as páginas.

E agora resta a dúvida:

Será que remexer lembranças

É como lembrar da dívida

Que tenho comigo mesma?

Isso, na verdade,

Não importa.

Pois se o Corvo diz Nunca Mais,

Não há portas

Que abram para eu voltar.

E, pensando bem, parece hilário

Pois forjar tristeza

Se tornou, nada mais,

Que recurso literário.

A saudade existe para provar

Que o passado não mata

E as reminiscências são só um mote

Para entender que o que não mata

Nos torna mais fortes.

Deborah O Lins de Barros
Enviado por Deborah O Lins de Barros em 28/09/2009
Código do texto: T1836186
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