A Máquina de Escrever
A máquina bate...
O estêncil está sendo furado,
Às vezes um erro:
Usa-se o corretivo,
Quantas páginas ainda para terminar?
São muitas.
Tem tabelas, tem desenhos.
Ora limpa-se o tipo...
Ora volta-se para rebater.
As costas doem..
mas precisa-se continuar.
É devido ao dinheiro
É por causa da necessidade,
E por motivo de compromisso
De coleguismo.
De vez enquanto,
um pouco de tosse:
É ainda o restante da gripe
do dia anterior.
Mas precisa-se escrever...
O rádio toca músicas de saudade,´
pois já é tarde.
Uma paradinha para o café,
outra pra descansar.
As costas doem,
mas é preciso escrever.
As mãos continuam
No seu ritmo de tak, tak. Tak.
Rio Claro/SP – 14/05/1971