Dejà Vu
Meu coração, naquela manhã pegou fogo
Fogo-fátuo
Brilho distante
Das funduras oriundo de uma alma sem idade
Sabe-se lá quantas eternidades
No momento em que meus olhos os dele encontraram
De onde o conheço?
Me pergunto até hoje
Minhas pernas tremeram
E tremem até hoje
Abalou-se minh’alma
Algo ali havia sem saída para a razão
Como chumbo pesou-me a solidão
De profundezas surreais uma saudade corroeu meu coração
O juízo queria me abandonar
Me trouxe a morte o desespero nunca sentido
De haver perdido alguém que nunca houvera conhecido
Me queria abandonar o juízo
Aquele estava lá
Aqui em mim
Lá em algum lugar
Minhas lágrimas fazendo descerem quentes
Abrir uma ferida ardente
Queimando em chamas de uma lembrança
Latente em minha alma
Presente no coração
Entretanto, em minha mente, na razão, não
Cicatriz aberta que não fecha
Às vezes em fogo de desespero queima
Às vezes em gelo de tristeza enrijece
Sua angústia me tem o gosto amargo da terra
Seu desespero me tem o gosto amargo da terra
Sua dor me tem o gosto amargo da terra
São meus
Sou eu
Somos nós
Nos fundamentos do inominável nosso nome escrito está
Nos fundamentos do inexorável nosso segredo oculto está
Almas perdidas devem encontrar-se em algum lugar.