QUANDO BATE UMA SAUDADE

Ah! Bom Sucesso!

que sucesso me deste?

mas mesmo assim

quando vou ao teu encontro

atiro-me em teus braços

emocionado e saudoso.

Saudade da escolinha;

da igrejinha sem pintura;

da reza domingueira do terço;

da mãe que me ensinou a rezar.

Leio a poesia não escrita

que guardas na terra;

no pinhão e no guabiju;

na pitangueira

que era só minha;

nos boizinhos que ensinei a canguear.

No rangido do carro de boi;

na trilha de tatu no mato;

nas batucadas do bugio

prenunciando chuva.

Ah! quanta saudade,

matando a saudade que tenho

das caçadas de estilingue;

do primeiro tiro de espingarda,

do cavalo branco moageiro,

dos carrinhos de lombada,

dos amigos de infância

que aí deixei.

Que saudade danada!

saudade da casa onde nasci,

das zangas

do meu velho pai.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 10/09/2009
Código do texto: T1802219
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