QUANDO BATE UMA SAUDADE
Ah! Bom Sucesso!
que sucesso me deste?
mas mesmo assim
quando vou ao teu encontro
atiro-me em teus braços
emocionado e saudoso.
Saudade da escolinha;
da igrejinha sem pintura;
da reza domingueira do terço;
da mãe que me ensinou a rezar.
Leio a poesia não escrita
que guardas na terra;
no pinhão e no guabiju;
na pitangueira
que era só minha;
nos boizinhos que ensinei a canguear.
No rangido do carro de boi;
na trilha de tatu no mato;
nas batucadas do bugio
prenunciando chuva.
Ah! quanta saudade,
matando a saudade que tenho
das caçadas de estilingue;
do primeiro tiro de espingarda,
do cavalo branco moageiro,
dos carrinhos de lombada,
dos amigos de infância
que aí deixei.
Que saudade danada!
saudade da casa onde nasci,
das zangas
do meu velho pai.