nascedouro

cala-se a alma e balança

voltando ao chão que ao nascer-me

deu forma ao meu sonho criança

e nunca mais tornou a ver-me

mondéu em trilha de cutia;

lembranças de cada instante;

pesqueiros que só eu sabia;

banhos no rio cochilane

retorno hoje homem barbado

(alma inda imberbe) calado,

nem pai nem mãe me espera

da casa resta a soleira;

a terra fez-se capoeira

e os sonhos, uma quimera

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 09/09/2009
Código do texto: T1800437
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