O submundo do amor
O submundo do amor
é a saudade.
caverna fria, inóspita
cárcere das nuvens e das sombras
saudade de quem nunca se foi
por estar sempre no horizonte
saudade, esse vale dos desuses
e loucos
quanto mais saudade sinto,
mais do pranto sou cativo
um pueril dilacerado
que nesse submundo
busco o meu espelho sem reflexo
minha voz sem palavras
um crime sincero
E para não venerar Anteros, (a repulsão)
cem anos de saudade espero
encontrar a razão
esse refúlgio invisível
que se esconde o coração.