O Andarílho
Saudoso, o andarílho,
anda sobre os trilhos
por onde a cidade fumegante vai e vem.
O trem que morre,
A multidão que corre,
mas é tudo vivo.
Talvez os griz da vida
sejam reflexos d'um interior repleto de vazio.
Àcima o firmamento
sopra rispido vento
em seus olhos quase a chorar.
Não lamento,
estranho a saudade que me consola,
assola é a multidão
mesquinha e vil,
pois ninguém viu
o talento com que o amor massacra.
Saudoso, o andarílho,
perde o brilho,
pois não gastou todas as infinitas palavras,
nem expressou infinitamente o q sente
e agora, longe, nos longes,
tanto quanto se pode chegar,
deseja a amada,
nem que seja um olhar.
Um caloroso e amigo abraço o levaria a glória,
mas seus lábios é que o matariam contente,
nem que fosse pra morrer de amor eternamente.
Ah! como ama.