Outra vez a saudade
Outra vez a saudade
A saudade me leva a contar as estrelas
Uma a uma, classificando-as pelos tons
Separando as brancas da amarelas
Só p´ra não ouvir a voz que vem do coração
A voz que vem é da saudade
A voz que chega sempre amargurada
Arrancando, tranqüila, pedaços da gente
Como uma menina a brincar d bem-me-quer
Mas a saudade – reconheço – é melhor que o vazio
É sinal de que houve alguma coisa boa na vida
É um rastro de felicidade, mesmo que pretérita
Felicidade que já acabou, ou só está por aí perdida
(Djalma Silveira)