UM DIA
Me afastei do mundo,
Vivi nas sombras,
Escondido, com mêdo,
Ouvindo rumores,
Fantasias, não sei,
Perdido, ausente,
Sem horizontes,
Sómente brumas,
E me inquietei.
Cadê os sorrisos,
Que foram tantos,
Inebriantes,
Só encantos,
Onde me embriaguei,
Com tanta volúpia,
Que me extasiei,
Diante de tantas belezas,
Tais suas profundidades?
Procurei caminhos,
Em busca de luz,
Afogado em lágrimas,
Tantas eram as tristezas,
Que não compreendia,
Por não ter minhas culpas,
E que o destino acenava,
Só para rumos incertos,
Longes do que planejei.
Até que um dia já cansado,
O sól amainou minha dor,
Pois vislumbrei uma luz,
Mesmo um pouco insegura,
E por ela tateando me guiei,
Até conseguir sair da penumbra,
E um novo horizonte surgiu,
Tão amplo que me extasiei,
Diante de sua magnitude.
Vi acenos que se ausentaram,
Flores tão lindas que ignorei,
Perfumes que deixei de aspirar,
Crianças sorrindo que nem notei,
Prenúncios de amenidades,
Voltando calmas no meu coração,
Que também viveu na penúmbra,
E da minha vida se ausentou.
Serenei todas minhas inquietudes,
Navegando em águas bem calmas,
Recompondo amor que ausentou,
Mesmo guardando seus espaços,
Para as saudades amenizar,
E se um dia as presenças me deixaram,
Hoje sem pressa aguardo as bonanças,
Que certamente irão me acolher.
14-08-2009