A CARTA

[Hoje eu vim constuir a base do futuro,].

Ser o que pretendem que eu seja.

Como o ardor, vou passar rapidamente,

Mas um castelo de verdades e mentiras estará edificado.

O pai do carente, o pai do misero sedento, o pai que mata a fome,

Então eu posso me presentear com um sorriso do que tenho almejado.

Esticar sobre as poltronas fotos dos meus queridos anjos,

E ficar debruçado sobre elas quando a minha vontade de pega-los no colo

For maior que as minhas necessidades de pai.

Vou empilhar as histórias contadas e redigir a grande emoção

De ter os filhos á minha volta.

O rito que me fez entender o que é ser amado e

O amor me olhando pela fresta da janela me faz construir sempre o desejo da intensidade.

Os olhos crescem e partem na estrada solitária de cada um,

As vozes rompem o choro e a gargalhada implorando o colo.

O mundo segue adiante com fogo e brisa,

E o meu sonho vai alem do cuidado e da preocupação.

O meu estado é sólido como a rocha

E meus dias vão morar á beira mar.

Longe eu vejo a família no horizonte,

Sinto que o céu é o limite.

E coloco uma carta ao encontro dos que criei,

Sempre assoprando as águas pra que se forme ondas á favor do grande mar.

Para que um dia você me descubra

Por traz das lembranças.

Gueko
Enviado por Gueko em 09/08/2009
Reeditado em 09/08/2009
Código do texto: T1744639