NOSTALGIA

Veio chegando devagar,

acenando, provocante até,

empurrando, querendo chegar.

sendo atrevida, sem mesuras,

mostrando faceirice

que não entendia

pois esteve tão longe,

e muitas vezes busquei,

sem nunca encontrar.

Abrindo sorrisos

num rosto bonito

que logo identifiquei

tal sua formosura,

porte altivo, elegante,

cativante presença

que muitas vezes curti,

tantas foram as reciprocidades,

que juntinhos desfrutamos.

Tempos saudosos

marcando minha existência

que jamais se exauriu

diante de doces afinidades,

juntadas com extremo cuidado

para não se desmancharem,

como pétalas de rosas,

que aos poucos se desfazem,

mas nunca perdem os perfumes.

Nostalgia das afinidades,

e dos ocultos segredos,

das magias que não cessam,

tão delirantes foram seus feitos,

algumas macias, tão calmas,

outras impetuosas como o vento

despertando adrenalinas,

que nunca esquecerei

tantas foram suas delicias.

Cúmplice das saudades

fica em cantos escondidos

talvez pelos acanhamentos,

mas se o coração apela

quer espaços,

mesmo que sejam breves

só um atiçar gostoso,

para depois retirar-se calada,

cumprindo nostálgica presença.

04-08-2009