O CAMINHO DA SAUDADE

Busquei um dia caminhar.

Ativei memória, algumas apagadas,

Outras bem legíveis, nítidas, bem claras.

Era só iniciar a caminhada da saudade,

Em busca de sonhos que vivi,

Algumas que feriram meus pés,

Outras macias, querendo acariciar,

Pois foram generosas e quero lembrar.

Momentos de criança, nunca esquecidas,

Outras de jovem, quando ousei amar,

Mesmo despreparado para coisas do coração,

Que ditam normas e jamais devemos contrariar,

Sob pena de cicatrizes, algumas doloridas,

Outras que se fecham e jogamos ao largo,

Intespetivas, pois deixaram feridas.

No entanto, saudade imensa que me tortura,

Fui protagonista do teatro da vida,

No qual tive momentos, tristezas, alegrias,

Algumas saborosas como a doçura do mel,

Marcadas, jamais esquecidas, pois amei,

Com intensidade amei, tive reciprocidades,

Primeiro amor que marcou toda minha existência.

Assim, percorri caminhos cheio de flores,

Perfumes que me extasiavam e traziam delirios,

Notei todas as presenças mesmo pequenas,

Até encontrar magnitudes que jamais esquecerei,

Como o pôr do sól com sutilezas bonitas,

Nuvens que se enfeitavam para seu justo descanso,

Ou a lua cheia que guardava nossas confidências.

Alguns tropeços num caminho cheio de incertezas,

Pedras afiadas que machucaram meus pés,

Sem poder contornar diante de minhas fraquezas,

E tombei muitas vezes querendo me erguer,

Só que encontrei amparo e continuei a caminhar,

E o palco da minha vida um dia deixou de existir,

As cortinas se fecharam e jamais consegui abrir.

29-07-2009