TERNA PAULICEIA
No primeiro dia em te vi
Só Deus sabe no âmago o que senti,
O desnudar da alma ser
O corpo que delira inquietação,
Miríades idéias borbulham água
Nas gotas de água fervilham mágoas
Foi a minha sensação.
Então percebo de dentro, o galope
Na fase aguda do meu sofrer... Um segredo!
De transformar em coragem o medo,
Senti na cidade um exílio
Foi aquilo que eu descobri
Mas hoje pra mim ela é tudo
Igualzinho àquela que eu nasci
Passam-se os anos e infinitos dias
Passa-se a vida apressada a mil
São Paulo será sempre pra mim
Meu porto de cultura e de amor eterno
Não desbotará na porta de nenhum inferno
Também tem um céu bonito de azul anil
Com eira, com beira, mas sem fim
Nos anais tenros da minha vida
Recebi primavera, verão e outono seu
Seu inverno rigoroso desconheço,
No sensato trabalho de seu povo
A coberta do carinho me aqueceu
E de dentro de mim também saíra
Um rebento também que é filho teu.