AS RUGAS
Elas chegaram!
Entraram sem sentimento.
Na porta elas não bateram,
Nem convite esperaram.
Penetras, intrometidas,
No festival desta vida.
Entraram assim como o vento.
Não sei como as trouxeram
Se foi na vida ou no tempo
Parece até que voaram
Nas asas do pensamento.
Se os amigos que se foram,
Minha mãe, meu pai, irmãos,
Meu filho,
Que só saudades deixaram,
Com elas contribuíram,
Com elas também ficaram,
Nos sulcos que em mim abriram
Nas marcas que em mim plantaram.
São cicatrizes profundas,
No rosto, nas mãos, nos braços,
Nos olhos que se embaçaram.
Parece que até na alma
Suas raízes vincaram.
Como troféus da viagem
Lembranças boas ou tristes
Que representam a luta,
Que prenunciam partida
Como as marcas na estrada
Buriladas pelo tempo
Nos caminhos percorridos
Durante a longa jornada...
Poema de Rubens Rios --- 10/04/2009