TEMPESTADE

Era noite, alta madrugada,

Chovia forte, na calçada,

Relampeava, trovejava,

E a saudade, doía demais;

Com as nuvens eu chorava,

Unindo-me a seus ais.

Levantei-me e porta a fora,

Fui juntar-me a tempestade,

Chorando por quem foi embora,

Deixando-me apenas saudade.

Saí sem rumo, desconsolada,

Em meio a tempestade, parada,

Por não conseguir sequer andar,

Nos braços apertava forte,

A foto de quem foi pro Norte,

Prometendo, um dia, regressar.

Quanta dor e medo enfrentei,

Por aquele que, tanto amei,

Juntei-me à tempestade,

Para que, levasse a saudade;

Quando avistei, aquele barco,

Embrenhei-me, num sonho parco,

E nos braços dele, me encontrei.