Salva-me

O tempo passa tão lentamente.

Fecho-me no meu crepúsculo

Saio do meu interior, esqueço quem sou.

Na melodia venho a recordar do tempo

De menina, saudades de quando era pequenina.

No jardim no meio das borboletas

Coloridas em manhãs de primavera.

Na plantação do roseiral fazia casinha.

De Bela adormecida à princesinha.

Saudades do tempo que subia na colina.

O vento assoviava, as ovelhas berravam.

Tudo o que precisávamos estava lá.

O tempo passou, a menina acordou.

A melodia parou, tudo mudou.

As ovelhas sumiram

O jardim secou.

Para a cidade a menina mudou.

O tempo mostrou a realidade da cidade.

A selva onde sobrevivem “os fortes”.

Caráter é coisa de trouxa.

Respeito se lê desrespeito.

Ser diferente é ser gente.

Sou louca consciente.

Sabendo que isso incomoda muita gente.

Não busco auto-afirmação.

Nem sou dona da razão.

Posso me perder, em Deus deixo a direção.

Não importam as desilusões, o coração transborda amor.

Perco a cabeça, mas não deixo de abrir o coração.

Maria Mendes
Enviado por Maria Mendes em 14/07/2009
Código do texto: T1699740
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