Salva-me
O tempo passa tão lentamente.
Fecho-me no meu crepúsculo
Saio do meu interior, esqueço quem sou.
Na melodia venho a recordar do tempo
De menina, saudades de quando era pequenina.
No jardim no meio das borboletas
Coloridas em manhãs de primavera.
Na plantação do roseiral fazia casinha.
De Bela adormecida à princesinha.
Saudades do tempo que subia na colina.
O vento assoviava, as ovelhas berravam.
Tudo o que precisávamos estava lá.
O tempo passou, a menina acordou.
A melodia parou, tudo mudou.
As ovelhas sumiram
O jardim secou.
Para a cidade a menina mudou.
O tempo mostrou a realidade da cidade.
A selva onde sobrevivem “os fortes”.
Caráter é coisa de trouxa.
Respeito se lê desrespeito.
Ser diferente é ser gente.
Sou louca consciente.
Sabendo que isso incomoda muita gente.
Não busco auto-afirmação.
Nem sou dona da razão.
Posso me perder, em Deus deixo a direção.
Não importam as desilusões, o coração transborda amor.
Perco a cabeça, mas não deixo de abrir o coração.