Fotografias e poesias numa tarde chuvosa

A chuva molha o papel,

deixando círculos opacos e embaçados.

A força da caneta

rasga uma palavra de seu texto.

Pensou em como aquela gota cristalina

poderia ser uma lágrima,

que caiu exatamente na palavra "amor".

O rapaz sorri com certa melancolia.

E atira a caneta longe, sem olhar para onde.

Mas o papel, dobra com cuidado

e guarda em seu segundo bolso mais espaçoso.

Continua sentado no meio-fio, encharcado.

Do bolso mais espaçoso, retira uma foto dela.

Não derrama lágrimas, mas chora.

As centenas de fotos que guarda

são as lembranças mais fortes

dela.

Fotografou-a nas mais inúmeras

situações.

Quando sorria, quando estudava,

penteava o cabelo,

até quando estava séria.

Agora que nunca mais poderia fotografa-la,

vê o real significado da morte.

É uma tristeza vestida de preto,

que vem sempre, que machuca,

deixando uma marca

que só o amor pode curar.

Jack Lopes
Enviado por Jack Lopes em 08/07/2009
Código do texto: T1689198