CONTERRÂNEO
Conterrâneo amigo,
Se pudesse lhe falar,
Certamente,
Falaria-lhe da saudade
Que hoje sinto daquele lugar...
Já faz tanto tempo
Que não o contemplo,
Pois, naquele dia,
Em que deixava o meu chão,
Eu sentira a mesma dor
Que hoje sente a araucária
Nas mãos de um lenhador...
Obviamente,
Temos muito em comum;
Nossas almas tropicais;
Mas à terra matriarca,
Eu não a visitei mais...
Felizmente,
Lembro bem dos rouxinóis
O querido bem-te-vi
E o galo na varanda
Que cantavam para nós
Araponga...
Tudo muito natural,
Desde as águas fluviais
Até o campo de lavoura...
Que saudade dos pardais.
(Áurea Nunes)