A lua me disse
Que saudade daquelas tardes
Tudo era sol
Vento leve
Sombras de árvores
O rio corria lento
E eu colhia pensamentos
Depois de semear tanta harmonia
A vida ia seguindo sem pressa
Pela a estrada do tempo
E os cantos dos pássaros surgiam
Sem medo e timidez
Era um emaranhado de sonho e realidade
Banhado de água pura de cachoeira
Se era sábado ou segunda – não sei –
Não importava
Tudo era magnificamente simples e bom
Olhei para o relógio e não havia horas
Tentei lembrar dos meus problemas: a correnteza levou
Meu jipe amarelado - meu companheiro
Meu velho violão desafinado – meu melhor amigo
Lá na linha do horizonte já se deitava o sol
E o céu começava a salpicar estrelas
Foi aí então que a lua me disse:
- Meu rapaz, nunca deixe de sonhar. Pois quem sonha chega a qualquer lugar.
Por isso sigo trilhando sonhos
Para chegar a lugares onde haja tardes como aquelas