"CLEMÊNCIA"

Hoje a saudade veio me visitar

Não bateu à minha porta

E como vento frio que corta

Nem pediu-me para entrar...

Chegou bem de mansinho,

Como quem entra pra roubar

Levou meu sono e sossego

E de mim ficou à zombar.

Saudade matreira,

que machuca e devora

Trouxe como companheira

lembranças tristes de outrora.

Sonhos malfadados,

esperanças de uma vida feliz

trancados em baús empoeirados

Pálidos feito tela sem matiz.

Entrou em meu peito

e estraçalhou meu coração

fincou ali sem nenhum respeito

O punhal da desilusão.

Retalhou e fez estragos

Ferindo-me mortalmente

Saudade...senhora dos degredados

De mim se apiede...seja clemente.

Serena.