Andarilho

Sinto o cravejar da lamina pontiaguda profundamente a ferir-me

Não vejo sangue no peito. Mas a dor é insuportável!...

Trafego em segundos os limites do imaginável

E sempre há um ponto chegar. Obscuro e inalcançável!...

Minhas falas são elementos incógnitos. Ando só, desiludido!

A escuridão afasta as possibilidades dos gritos de desespero

Regressar já me é improvável após trafegar sem rota

Perdi-me ao tentar reencontrá-la na loucura da roleta!

Quis trocar a singularidade do amor, pela pluralidade d` amores

Arrependo-me! Achei que meu coração seria capaz de fazê-lo. Espedacei-o!

Hoje dói! Sofro como um reles cão a ladrar a falta do dono

As lagrimas não cessam. Há solidão até num simples devaneio!...

Queria pedi-lhe, um sem numero de coisas...

Não me resta coragem pra tanto. Porém peço-lhe que volte...

Que perdoe-me e que faça reviver este andarilho da saudade

Este infeliz condenado que vive a sofrer calado o carma do seu pecado!...