IMPIEDOSAMENTE


Anoitece cedo, no bailar das ondas

um corpo cansado enfim obedece,
sonhos desgastados voejam e sondam
quando o raio da lua prata desce!

Na corda bamba desta triste vida,
sou razão que não tem preço...
Emoção que sempre vive dividida
num amor desprovido de adereços.

Já não me surpreende o destino
que sempre desata o instante,
hoje sou pensamentos em desatinos...
Serei inteiro num mais adiante?

Nessas vagas tão indiferentes
navegam saudades e solidões.
O eterno é um pobre indigente
apagando o suor das emoções.

Às vezes, as lágrimas vêm mansas
em corredeiras transparentes.
Em outras, são agressivas enxurradas
que desmantelam a esperança
e aprisionam alma em correntes,
impiedosamente...

29/11/2008
Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 14/06/2009
Reeditado em 16/10/2009
Código do texto: T1648908