Meu tempo
Sou de um tempo onde as flores eram mais
coloridas e seu perfume de intenso odor.
Onde o amor era mais sincero e a
felicidade par constante de meus dias.
De um tempo em que não me preocupava
com o tempo, pois havia muito tempo.
Que as amizades eram cultivadas no seio
da confiança e partilhadas de forma real e serena.
Sou do tempo onde o romantismo era
cultuado como virtude primeira, os homens,
gentis, ainda mandavam flores e bilhetes
com cheiro bom de colônia.
Tempo em que a lua era mais brilhante e
meus olhos refletiam a paz que os corações
de apaixonados amantes ecoava intensamente.
Época de serenatas ao som de violões e
vozes cantantes, carregadas da emoção
que fluía de almas e amores.
Ainda não perdi a poesia de tempos tão passados,
mas confesso viver a nostalgia da remota
realidade na fantasia de desejos
outrora experimentados.
Meu coração, ferido pelas adversidades de
amores incompreendidos, já não bate
tão harmonioso, apenas cansado.
A alma acompanha seu ritmo dissonante
tentando absorver feito gota d’água o
que ainda resta de sentimento.
Sou do tempo distante, da certeza de ter
conhecido e perdido você no mesmo instante.