ressureição( quebrando as grades da realidade)
Neste instante,
Amim, a morte brilha como a luz do sol;
E a vida se esconde no breu da noite;
Tão imenso quanto à saudade é o meu caixão,
Onde apenas espero adormecer sua falta,
Enquanto me torturo furando minha alma,
Com lanças de lembranças,
Que a pouco eram felicidades.
O inferno é frio como a solidão;
Cegos pelo brilho da morte;
Entre as geleiras simétricas;
Meus olhos caminham sem norte;
E, perdidos no fundo dessas paredes geladas,
É que eles te encontrão;
Neste momento,
Já longe do meu corpo,
É que quase sinto meu coração bater.
As paredes giram em torno do meu descanso
Á gritos ao meu redor;
Á tormentas e bonanças que se aproximam e se vão;
Eu vejo raios e ventos que tocam minha pele;
Eu vejo faces e frases conhecidas,
Eu vejo um filme que se chama vida;
Enquanto me transformo,
Envolto ao mesmo casulo fúnebre.
Lembro-me de você;
Lenta e inconscientemente,
Tece-se um esboço de sorriso em minha face
Lembro-me do sol,
E minhas extremidades úmidas e cianóticas,
São envolvidas a um leve e morno tremor fino.
Eu me lembro de amanha
É quando nossos ponteiros se ajustaram,
E nossos olhos se reencontram;
Eu me lembro de amanha
É quando poderei sentir o sangue novamente nas veias,
E o milagre da vida que era escura;
Transformar-se-á no astro rei da nossa constelação;
Então, eu ressuscitarei á ti amor,
Onde poderei viver para sempre,
Nem que seja por um segundo.