AO POR DO SOL
Ao por do sol me invade uma tristeza
Que com sua meia-luz crepuscular
Vejo nisso tamanha e doce beleza
Que até me dá vontade de sonhar.
Descendo pelo morro e monte
Estas sombras que vagam em derivas
Vejo bem distante lá no horizonte
Luzes que piscam como almas vivas.
Estando tudo pronto para adormecer
As arvores nas matas sente a serenidade
Meus pensamentos voam de encontro a você
Querendo que venhas matar esta saudade.
Domada então como se fera vencida
Tolamente se abranda e se conforma
Tal qual fera que se sente adormecida
Descansa nos braços da noite e se transforma.
Numa bela adormecida sem encantos
A saudade que tem uma figura feia
Transformada em suaves cantos
Embala levando a noite para a sua teia.