Saudade
Para Eliane Regina Leão
A saudade mata a gente*, poeta.
Pois num de repente
a vida foge da corrente.
De que valeu o poema de Homero,
a fúria de qualquer Nero,
tanto pecado sincero
e, no fim, um choro amarelo?
A felicidade desceu pelo elevador
e restou o inútil corredor
por onde se leva a vida sem cor.
O amor dói.
* Verso de João de Barros (Braguinha)