Quando a saudade vier...

Quando a saudade vier, com lembranças e em sua porta bater,

Saibas que estou contigo, sou toda a sensibilidade de sua alma,

Sou o raio de sol, a penumbra no seu quarto em alvorada calma,

Sou o desejo, a volúpia, seu íntimo, sou a totalidade do seu ser,

Quando a saudade vier, impiedosa, e trouxer saudades minhas,

E em pensamentos lembrar-se dos primeiros madrigais,

Do anoitecer aos domingos, dos amores, e das antigas festinhas,

Quimeras, bons tempos, que o tempo não me traz mais,

Quando a saudade vier, trazendo lembranças dos tempos passados,

Do romance mais ingênuo, que um dia existiu, deixando maus fados,

Serás companheira em alvoradas de insônia, e em noites fagueiras,

Da sua história, na estrada da vida, serei o pretérito, serei a poeira,

Sou para sempre sua companhia, sou a alegria que rega seu ser,

Sou toda a poesia, toda a calmaria, que te alivia e te faz renascer,

Sou manancial d’água, de vida, do coração a batida, o ar que respira,

Sou sua vida, quem não se olvida, um pobre diabo que por ti suspira,

Quando a saudade vier, em seu pensamento posso ser o que queres,

O “A” ou o “X”, o início ou o fim, e tudo que lhe faça venturosa,

Sou como o sândalo, que perfuma o machado e as mãos que o fere,

Sou um colibri levado, que procura num jardim a mais suntuosa rosa,

Quando a saudade vier, e em seus devaneios de mim se lembrar,

Em meus pensamentos, você eu procuro tentando encontrar,

Sou água de rio, que corre pra sempre, em busca do mar

William Gonçalves dos Santos
Enviado por William Gonçalves dos Santos em 12/05/2009
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