OUTONO SEM AMOR




Como uma flor ao sabor do vento, soluça minha alma,
Nesta infinita mágoa, vendo cair à tarde, e a noite chegando.
Queimam no meu coração esperanças, como o marulhar das águas é meu pranto.
Pois fala comigo a dor, pela sua ausência, neste doído e breve outono.


Nada parece ter graça, nestas manhãs de frio, manhãs de maio
Nem mesmo o sol mansinho que vejo entrando sorrindo no meu quarto.
Lembro apenas teu gesto suave, mãos nos meus cabelos, um breve carinho,
Sobre o chão de penumbra e quimeras, quebrado esta teu retrato.


Em emoções , saudade chegando, ate mim voando além das nuvens,
Rodeada de espanto e medos, minhas lágrimas cantam povoando a solidão.
Num profundo e ansioso sentir, a tristeza baixinho vai murmurando,
Não chore mais, amanhã será apenas lembranças, faz da tua dor uma oração.

SALVADOR/24/04/2009.
DOCE VAL