LEMBRANÇAS
LEMBRANÇAS
Todos nós temos
Um dispositivo natural
Que faz do ser humano
Um ser tão genial.
Localiza no cérebro
Com a função de registrar
Tudo o que vivemos
E por muito tempo guardar.
Roubam-nos a paz
Talvez até a esperança
Roubam-nos o lar
Só não a vida de criança.
Roubam-nos a saúde
Talvez até a vida
Só não as lembranças
Da estrada percorrida.
Roubam-nos os bens
Terrenos, materiais.
Tentam até desestruturar
Nossos valores espirituais.
Roubam-nos as chances
De um objetivo alcançar
Mas não o que registramos
Através do vivenciar.
Quem foi que não passou
Por momentos de aflição?
Quem foi que não viveu
Uma grande paixão?
Quem foi que não viveu
Momentos de lamentos?
Quem foi que não sofreu
Por um belo sentimento?
Quem foi, que ao existir,
Achou que a vida fosse besteira?
Quem não guarda as lembranças
De tantas brincadeiras?
Construíamos nossos carros
Confeccionavam suas bonecas
Colaborávamos para as cozinhadas
Que vidas tão belas.
E o rio, que era tão bonito
Ponto de tantas alegrias.
Hoje, quase inútil,
Sejam noites ou dias.
Me lembro dos colegas,
Espalhados por tantos cantos
Hoje me inspiram
A poetizar em prantos.
Como esquecer das escolas
Onde aluno eu pude ser
Colaborando ou prejudicando
Como não pude perceber.
Hoje, ao relembrar
Não posso me arrepender
Pois tenho muito esforçado
Para outra pessoa tentar ser.
Mas recordo dos bons tempos
Dos colegas da infância.
Hoje estamos separados
Pelo tempo e pela distância.
Eternizo todos eles
Nesse ato de escrever
Sem a necessidade de nomes
Todos enriqueceram o meu ser.
Viver muito jamais é
Ter uns cem anos ou mais
Tampouco viajado tanto
Em viagens intercontinentais.
Viver muito significa
Passar mil vezes por lá
E em cada uma das mil
Algo novo vivenciar.
Assim em vivendo,
Não em Búzios, ou Caratinga.
Mas na minha simples
E amável Batinga.
Vou encerrar essa poesia
Não digo concluir
Será eterna a construção
Enquanto eu puder existir.
GILVANIO CORREIA DE OLIVEIRA
itanhemninja@hotmail.com
ITANHÉM-BA, 07/04/2009