Coloquei a minha mesa diante da janela
Para enquanto escrever poder sonhar
Estico meu pensamento adiante dela
E sinto em minha face o teu roçar.
Vislumbro no céu uma miragem
Que traduz toda a minha esperança
Como se estivesse ali só de passagem
E meus pensamentos em outras andanças.
Nas folhagens vislumbro também clarões
Como se fora jogos de luz dançando ao luar
Fico a imaginar que vários corações
Entregam-se ao mais doce verbo: O amar.
Em distantes pensamentos fico vagando
Como um pirilampo esvoaçante em pleno ar
Tento colocar no papel o que estou sonhado
Mas barulho de vozes me faz a terra voltar.
Quebrando o silencio que me atemorizava
Que parecia de almas aflitas a agonizar
Tipo as que espreitam pelas gradaria a penar
Querendo dividir com outros o seu pesar.