Gravada na alma

Gravada na alma

Imperceptível como o rastro dos astros

E tão desnecessária quanto indispensável

A saudade dá sentido à vida, vinda do passado

Mas torna a mesma vida intolerável

A saudade é um ser ruim, porém afável

Um desejo a conter a redoma do tempo

Um momento inesperadamente interminável

A saudade é a memória gravada na alma

A lembrança que suga o presente para dentro de si

A face impassível, que com nada se alarma

E, enquanto chora por dentro, por fora sorri

(Djalma Silveira)