SAUDADE

(Sócrates Di Lima)

Saudade, ah! Essa palavra de repercussão tenebrosa,

Embora esta saudade tem gosto de algodão doce.,

Não deixa de ser uma sensação gostosa,

Em saber que antes havia você.

Agora, ela me pega de forma agigantada,

Toma conta do meu tempo e não me deixa trabalhar.,

Faz-me impaciente de alma desgastada,

Agoniado por não poder dela escapar.

Ah! Quando me lembro daqueles dias de felicidade!

Onde a simplicidade era dona de nós dois.,

Não havia nem mesmo a mística ansiedade,

Das mesma saudade que vinha depois.

Hoje o caso ê diferente, e a saudade ê intransigente,

Chega toma conta e se faz inconseqüente.,

Torna o corpo sem forças o coração impaciente,

Faz doer, faz o redor ser inconveniente.

Esta saudade que me culpa por estar nessa distância,

Pois sabe ela que fui eu quem causou essa ausência.,

Sabe ela se não fosse minha intolerância,

Não haveria de chegar nesta indulgência.

Mas a gente tem um dom de complicar,

Deixa sobretudo de dialogar,

E esquece de que nada pode se fazer sem pensar,

E se torna refém do próprio ato de se atrapalhar.

E quando levanta os olhos da realidade,

Verifica que poderia ter evitado.,

Mas, passado, há que suportar a saudade,

E esperar que seja perdoado.

Esta saudade que não me deixa, e me faz sentir dor,

Ê saudade que faz, que faz sofrer.,

Mesmo que se prometa não sofrer de amor,

A saudade ê o prêmio para que se deixa na distância se perder.

Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 13/04/2009
Reeditado em 31/08/2010
Código do texto: T1537136
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