Empírica saudade
Esta saudade só nossa
que surge sem se esperar,
faz-nos voltar ao passado,
brotando em qualquer lugar.
Nascendo de uma lembrança
por um dos nossos sentidos,
emerge de onde descansa.
Por uma imagem ou ruído,
um sabor, cheiro ou de um toque,
trás à mente uma saudade
à que a sensação convoque.
Despertados num momento
que aqui, até abrevio,
de algo que já foi gravado
no decorrer da existência,
trás sensação de vazio.
Mas, na verdade acredito,
que a saudade dá vazão;
com fragmentos lembrados
em Tabula Rasa gravados
alimentando a ilusão.
Praia do Anil, 27 de março de 2009