PELA MÃO

Vinham do campo, com pirilampos na escolta,

Todos os dias, o neto com o avô,

Até que o velho trilhou um caminho sem volta

Ficando só os ensinamentos que deixou...

Então o neto ainda na flor da idade

Teve vontade de também tudo deixar...

Mas compreendeu que a vida o deixou só

Para aprender por si mesmo a caminhar.

Então pensou porque tanta ira e desdita

Se desta vida a gente não leva nada!

O inconformismo, a ganância, a vindita...

– Cada um é o rastro que deixou na estrada –.

E a cada dia que passava o mocito

Sem ser aflito tudo atendia e cuidava,

Com fé e amor cultivou um mundo bonito

Cuidou do pago que o avô tanto estimava!

E seguiu firme nos corredores da vida,

Semeando amor e a pureza do rincão;

Pois o piazito daquele tempo de outrora

É quem traz hoje o seu neto pela mão!

Ramiro Amorim
Enviado por Ramiro Amorim em 11/04/2009
Código do texto: T1533723
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