ITACARÉ SAUDADE

Pisamos no manguezal

Sentimos a natureza

Tomamos banhos de rio

Venci meus medos

Atravessando o DECK contigo

Cantando “MADALENA” bem alto e bem baixinho,

Vendo o Pôr do Sol,

Vendo a Lua chegar

E a noite nos brindar com o único brilho das estrelas.

Pisamos na areia da praia,

Atravessamos pedras e rochas,

Conhecemos as praias da Concha, Tiririca e Resende.

Observamos as dificuldades e desigualdades sociais do bairro da PASSAGEM.

A beleza e o aconchego do bairro da PITUBA.

Meus pés e minhas mãos estavam frios,

Tomamos chuva, mas seguimos adiante.

Nos protegemos das gotas de chuva na porta da IGREJA DE SÃO MIGUEL.

Sentíamos saudade.

Saudade da mãe,

Da filha,

Dos amigos,

Do namorado,

Dos cães,

Dos gatos.

Sentimos saudade e comemos tapioca de chocolate.

Encontramos muitas belezas,

E você sempre atenta aos meus passos,

Às minhas emoções.

O mar era agitado, mar aberto, maré alta. BANDEIRA VERMELHA. SAUDADE ENORME.

E Eu atenta à mãe que eu não conhecia.

NANY, vinte e seis anos, minha amiga e mãe de LUA.

Uma surpresa em minha vida!

Mãe à flor da pele, angustiada e saudosa em nome do amor à filha.

Eu angustiada por amor à minha mãe, minha família.

Amor ao meu amor que ainda se dissiparia no ar.

Eu sentindo falta de um porto, mas meus pés estavam no manguezal e o meu corpo estava entregue ao rio. Rio de Contas. E meu coração estava cheio de dúvidas.

E você comigo, Nany. Pisando em minhas pegadas. Poucas brigas, apenas um sorvete no chão e mais uma vez estávamos a dizer o quanto nossa amizade é sincera. Chorando comigo, sorrindo comigo, dançando comigo e nossos pés juntos brincando no manguezal, carangueijos grandes, pequenos, brincando conosco no eterno jogo de amar.

Vamos jogar nossos amores

No RIO DE CONTAS

Vamos jogar para brincar

Nas águas calmas do Rio

Lembrarmos que a vida é alegria,

Nas fotos nos sons, imagens,

Nesses olhares que vivemos.

Saudade das praias de lá.

Saudade das praias daqui

Saudade dos problemas daqui.

Mas, você estava comigo.

Perto longe

Longe perto

Irmã de alma

Carinho certo

Fumaças que fiquem no passado.

Nossos pés que fiquem presentes no Manguezal

Presentes no Rio de contas para sempre.

ANDRÉA ERMELIN

31 de março de 2009 SALVADOR-BAHIA/BRASIL