VAZIO SUSTENTÁVEL

(Sócrates Di Lima)

Todos os lugares ocupados.

O corpo, a alma e o coração.,

Nada se encontra desocupados,

Tudo está repleto de satisfação.

Quando um corpo está ocupado,

Nada pode desocupá-lo,

Nem mesmo um outro corpo abençoado,

Faz o corpo ocupado desvia-lo.

E quando a alma está satisfeita,

Nenhum aventureiro desembarca.,

Só há um sentido para deixá-la repleta,

O sentido que o amor por merecimento acata.

E o coração quando repleto de amor,

Não tem olhos para outro coração.,

Ele sabe dar o seu devido valor,

Ao coração que o recebeu em comunhão.

E desta forma, não existe nenhum vazio.

No corpo, na alma e no coração,

Mesmo sozinhos não sentirão nenhum frio,

Ainda que, o inverso seja a única estação.

Mas, sobretudo, há um espaço vazio diante do olhar,

Entre um corpo e outro corpo separado.,

Mesmo que esta distância fugaz não possa mensurar,

O vazio faz sentido e não pode ser ignorado.

Mas, não é um vazio que causa tormento,

É um vazio até aceitável de verdade.,

Pois, a distância diminui com o pensamento,

Quando se pensam no outro com saudade.

E pensando nela meu coração transborda,

Do sentimento que mais me encanta.,

É o sentimento que pinta e borda.,

Fazendo da saudade um sentir que não me espanta.

Mas quando pinta o vazio sustentável da distância,

A vontade de ter asas é o maior desejo.,

Esta distância se torna curta pela circunstância,

Da vontade insuperável de sentir dela o beijo.

Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 28/03/2009
Reeditado em 31/08/2010
Código do texto: T1511443
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