A BREVIDADE DA VIDA....
Parece que foi ontem...
eu era tão tão moça
tão jovem...
Meus cabelos pretos
escovados como a moda pedia
no meu rosto a juventude sorria.
Um colar de pérola
com minha roupa azul
a combinar.
Hoje no quadro
uma foto a recordar.
Como passa o tempo...
sozinha, três filhos pude criar
filhos estes, que sinto incomodar.
Qual será o propósito da vida?
Tudo tão breve, tanta ferida.
Uma casa pude comprar
para hoje então me abrigar.
O meu consolo hoje então
é ter Jesus no coração
e a salvação
nele esperar.
Com meus cabelos brancos
o corpo todo a tremer
sinto chegar o dia
de Cristo me receber
com imensa alegria.
Pude criar meus filhos
tenho seis lindos netos
que sempre estive a amar.
Cheguei a alcançar
o casamento da neta mais velha
é tão bom vê-la amar
é tão jovem, como um dia eu fui.
Não tenho o que reclamar
de mim pode sair uma geração
não posso murmurar
mais sinto emoção.
Hoje remédios controlados a tomar
sozinha não posso cozinhar
sozinha não posso dormir
isso me faz lembrar
dos tempos jovens do meu existir....
a casa cheia, família reunida
de domingo a macarronada
que alegrava a criançada.
Hoje restam as lembranças
guardada no coração das crianças
que hoje cresceram.
Sinto que as vezes estou a incomodar
por minha presença a atrapalhar
Mais sei que sou amada
por meus filhos e netos
e principalmente por Jesus
que a minha vida conduz.
Hoje meus cabelos brancos
e o retrato na parede
fez minha neta Patrícia refletir
sobre a brevidade da vida
e do seu existir.
Não vale a pena ser sofrida
por sonhos deve insistir.
A formosura da juventude
é uma longitude
muito passageira
como a primavera, o verão
ou qualquer estação.
O que prevalece então
é o que você semear
pois é o que colherá.
Uma lição deixo a você
que ainda é jovem....
VIVA..VIVA....
Desfrute com sabedoria a vida
e deixe ao menos saudade
e boas lembranças.
Ainda quero viver
e poder ver
meus bisnetos, lindas crianças....
Mas está nas mãos do Criador
meu Jesus salvador.
PS: Escrevi essa poesia olhando para uma quadro da minha vó que está na parede da cozinha, de quando ela era bem jovem, pus-me a chorar e escrevi a poesia assim.