Naquela casa….
 
 
Naquela casa há vida
Mas a morte
já a assombrou
Por respeito, a dor.
Silencio a dor, calada.
O grito engasgado.
Que não foi dado.
Apenas os olhos diziam
O que a boca fechava.
Naquela casa há vida.
Mas sofrida.
Falta-lhe a luz do sol
Que resplandecia
Do ser que a habitava
Era uma casa cheia
De alegria que contagiava
Era o ombro que estava
Sempre à disposição
Quem sofria corria
E uma mão terna
a acariciava a escutava
Na cozinha fumegava
a doçura da sua boa mão
Abria o apetite
Sempre havia mais um lugar
 Para quem ali quisesse aportar
E ficava todo o mundo contente
Era mãe de muita gente
Seu sorrir era triste
Mas o coração animava a gente
Porque tinha sempre uma palavra
de perdão e bênção.
A sombra da morte que por ali passou
Levou-a mas apenas se ausentou
Porque a sua recordação
Ficou e viverá eternamente.
De tta