O ÚLTIMO SOL

No cais o pensamento voa

A onda bate na proa

E o barco quase náufrago se lança em alto mar

É a vida viajando no tempo...

Ancorado o navio, desembarca gente de muitas raças

Línguas de traças zombeteiras assobiam

A moça disfarça

Apenas sente o navio de seus sonhos ancorar

Agora, a lembrança de um passado distante

Por um instante, faz-lhe derramar lágrimas aos molhos

Seus olhos - a ponta da bengala

Não alcança o navio, só vê a negritude

Nem escuta assobios, apenas sente a brisa fria

Batendo no último sol de suas lembranças

Quando a juventude lhe sorria.