Outono
Estado de espírito
Clama, cotidianamente
Pela vida que se esvai
E que deixa na mente
Cicatrizes incorrigíveis...
Vai-se apagando a chama
Há uma voz que clama
Em lenta desarmonia...
De súbito, um pudor esmaecido
E a tarde finda em profunda letargia.
As mãos enfraquecidas
Enlaçam-se aturdidas
E buscam no olhar sem brilho
Luz para refazer a trilha
Enquanto os passos não param...
E o olhar demorado, perdido
Nas faces envelhecidas
Solta um choro lento
Depois, o sorriso...
Ao redor, as folhas amarelecidas
Cobrem o chão... início de estação.