SAUDADES
(Sócrates Di Lima)
A saudade é como a brisa da tarde,
Chega de mansinho e faz-se nostalgia.,
Faz-nos lembrar com tanta vontade,
Do bem querer que não esteja na nossa companhia.
A saudade é como a fruta do Conde,
Casca dura, difícil, mais necessária.,
É saborosa porque sabemos que vem de onde,
Nosso pensamento vai buscar em situação precária.
Precária pela distância da separação,
Por não estar presente no momento da interrogação.,
- Onde estará o meu amor, será que ouve nossa canção?
E a alma sentida esboça uma exclamação!
Saudade que me pega de jeito,
Não por não te-la, mas por distante estar.,
Ai dá aquela sensação no peito,
Do desejo de ter asas para voar.
Saudade dos beijos “calientes”,
Dos abraços e arrepios contagiantes.,
Do amor agitado, de gritos ardentes,
Dos espasmos e orgasmos extenuantes.
Saudade, palavra de extensão profunda,
Que às vezes faz lágrimas com sabor de sal,
E de desejos o coração inunda,
Mas que na verdade, não faz nenhum mal.
A saudade não é de toda ruim,
Há também a alegria de pensar em ter.,
E ter a certeza de que pensas em mim,
Muito embora pela distância a gente não pode se ver.
Saudade que às vezes é doida e descondensada,
Mas suportável pela intensidade do amor vivido.,
É uma saudade deliciosa da mulher amada,
Que mesmo distante muito se tem aprendido.
Saudade, embora embevecida de nostalgia,
Faz-se os corações se buscarem por inteiro.,
E da intensidade do encontro afasta a melancolia,
Fazendo dois corpos se amarem como um ato derradeiro.
“ Êta” saudade boa por demais da conta....